quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Aristóteles Drummond: O dever do voto

O Dia


Rio -  Domingo vamos votar para prefeito e vereador. O voto, que é obrigatório, precisa ser encarado com mais responsabilidade pelo cidadão. Afinal, fica-se criticando os políticos, mas eles só conseguem mandatos através do eleitor-cidadão. Logo, se são ruins, é porque as pessoas votam sem saber o que fizeram, o que defendem e se têm conceito entre seus pares. Honestidade não basta. Precisam ter equilíbrio e bom-senso.
A Lei da Ficha Limpa, que está prevalecendo, foi boa ajuda ao eleitor. Mas precisa ser bem regulamentada e, em alguns casos, com o auxílio do Judiciário, no sentido de que os que respondem na Justiça e estejam no exercício de mandato eletivo tenham prioridade na tramitação de seus processos e recursos. E poderia valer para os candidatos que pedissem com seis meses antes das convenções a mesma prioridade. Também a Justiça Eleitoral precisa ser mais célere, voltando ao que prevalecia até os anos 80, quando os prazos de impugnação e julgamento antecediam as diplomações dos eleitos. E diplomados, só atos cometidos na vigência dos mandatos poderiam provocar o afastamento das funções. Temos assistido a um festival de equívocos, com dois políticos dividindo o mesmo mandato, inclusive nos executivos, prejudicando a todos.
A reeleição foi boa medida, embora aprovada de maneira questionável, pois não deveria valer para aqueles mandatos, mas para os subsequentes. A manobra, aliás, mancha a biografia de Fernando Henrique Cardoso, que se deixou levar por um conselheiro de comportamento ético questionável. Agora, a lei ajuda o povo a avaliar os gestores. Por isso, tem sido normal a reeleição dos que cumprem com eficiência e probidade suas funções. O povo, neste particular, parece dotado de sentido pragmático de ‘não mexer em time que está ganhando’. É preciso muito cuidado com os que só sabem criticar e disputam eleições com a vantagem de serem pouco conhecidos e de intenções indefinidas.
Vamos votar com responsabilidade. E não na base do disse me disse, que ilude e contraria os fatos.

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