domingo, 13 de fevereiro de 2011

Meu político de estimação (Silvia Costa)


Fonte imagem (istoepiaui.blogspot.com)
Não é difícil, nos dias de hoje, ouvirmos as seguintes frases, ditas principalmente por pessoas que possuem DAS em algum órgão público: "meu vereador", "meu prefeito", "meu governador". Isto tudo é muito significativo.
O sistema político brasileiro, falando muito en passant, é representativo indireto, ou seja, a população elege representantes para que, em seu nome e em defesa dos seus interesses, a representem junto ao governo. Assim, fica patente que os interesses a serem defendidos são os de todos.
Bem, os fatos falam por si. Em âmbito geral vemos muito esforço nas casas legislativas em defesa dos interesses dos seus componentes, como aumentos exorbitantes, aposentadorias absurdas, tentativas de censura à imprensa, etc..
Estritamente, "meu vereador", "meu prefeito", "meu deputado", etc, dizem mais ainda. O político é eleito por muitos, mas no jogo de interesses atende a poucos. Não é à toa que , se temos os ditos "políticos profissionais", também temos os cabos eleitorais profissionais.
Neste ínterim perde a maioria. Um exemplo marcante é a questão da nomeação dos diretores das escolas públicas, abolindo o processo democrático da eleição do mesmo pela comunidade escolar. Quais são os critérios das escolhas????
O "meu" exclui o "nosso", sobrepondo o indivíduo ao todo. Essa apropriação do público como se privado fosse exclui todo o "resto", ou seja, a maioria, da determinação dos rumos a serem seguidos na administração pública. É como se nossa cidadania (se é que ela existe) fosse dividida em dois grupos: cidadãos de primeira e cidadãos de segunda classe.
Enquanto o parâmetro para o preenchimento das vagas do Legislativo e do Executivo e dos cargos comissionados não for a competência estaremos navegando neste triste Titanic, sempre fadado ao seu trágico destino.
Vai um salva vidas aí?

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