domingo, 26 de novembro de 2017

A Diva Negra

 carioca que enfrentou o racismo e virou cantora lírica

Rio - O sorriso largo da foto ao lado e o carinhoso beijo do tenor francês Albert Lance retratavam a triunfante volta por cima de Maria D'Apparecida. A cantora lírica carioca nascera Maria de Aparecida Marques em 1935 e, até se firmar na difícil e excludente música erudita, enfrentou o racismo sem jamais desistir de seu sonho. D'Apparecida retornava ao Brasil em agosto de 1965 para a montagem da ópera 'Carmen', de Bizet. Eram tantas as expectativas e os elogios que o Theatro Municipal teve de programar uma apresentação extra. Os ingressos se evaporaram em questão de horas.

Maria D'Apparecida e o tenor Albert Lance, EM entrevista na Maison de France, no Rio, um dia da estreia companhia da Opera de Paris no Theatro Municipal, com 'Carmen'Arquivo O Dia

Maria foi criada na Tijuca, por uma família que a adotou. Professora formada no tradicional Instituto de Educação, chegou a lecionar em uma escola pública na Pavuna e ainda trabalhou como modelo e locutora de rádio, funções 'toleradas' para uma jovem negra na segunda metade do século 20. Mas o desejo de cantar era maior. Maria se formou no Conservatório Brasileiro de Música do Rio, apesar de ouvir de muitos que uma negra não poderia ser cantora de ópera do Municipal.
Foi aí que começou a metamorfose de Maria em D'Apparecida. A mezzo-soprano foi em 1961 para a França, onde adotou o nome artístico pomposo que, no entanto, não lhe tirou o amor pela cultura brasileira e ajudou a moldar seu repertório.

Maria aos 30 anosArquivo O Dia

Lá fora, cantou eruditos brasileiros como Villa-Lobos e Ernani Braga. Com o disco 'Chants Brésiliens', com participação do músico Turíbio Santos, conquistou em 1967 o prêmio Orfeu de Ouro da Academia Nacional de Disco Lírico de Paris. Também foi condecorada com a Medalha da Legião de Honra, entregue pelo presidente François Mitterrand.
O jornalista Henrique Marques Porto tinha 15 anos naquele 1965 e estava na plateia com o pai, Marques Porto, então crítico de música do DIA. "Era um desafio, e ela fez uma Carmen absolutamente original, uma Carmen negra, com a sensualidade da mulher carioca", lembra.
Um acidente de carro nos anos 1970, que lhe custou cirurgias em um dos olhos acabou por afastar a cantora da música erudita, mas a aproximou da música popular brasileira. Gravou um disco com Baden Powell em 1977. Ao Brasil voltou algumas vezes, para reencontrar irmãos e sobrinhos,e em uma delas, 1981, foi jurada do desfile das escolas de samba.
O fim de Maria foi melancólico. Ela morreu este ano, em 4 de julho, sozinha em Paris, aos 82 anos. Seu corpo correu o risco de ser sepultado como indigente. O funeral só ocorreu dois meses depois por causa da demora em se localizar um familiar dela no Brasil.
Reportagem da estagiária Luana Dandara, sob supervisão de Eduardo Pierre

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Um País Chamado Desastre

Por Renato Cortez
O mundo está assombrado com o Brasil. Pelo menos esta é a conclusão após a leitura de um pesado artigo publicado no portal The Conversation. O título, em tom grave, dá a medida do assombro: Brasil, desastre à vista. Os motivos? Uma perversa aliança entre o neoliberalismo, a direita religiosa e o Macartismo tropical com a sua surreal paranoia anticomunista visando eleger um presidente em 2018 para terminar de retroceder nos tímidos avanços experimentados pela população brasileira nos últimos 13 anos.
Sustentado pelas afirmações do ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, o artigo diz que o Brasil é atualmente administrado por uma quadrilha criminosa responsável pela deposição de uma presidente eleita de forma legítima em eleições livres e plurais, afirmando categoricamente que Michel Temer participou ativamente da conspiração que resultou no golpe de Estado de 2016. Completa dizendo que este grupo criminoso está disposto a qualquer coisa para se manter no poder.
Um breve inventário dos crimes de Temer e seu grupo político ilustram as afirmações, com destaque para as duas recentes denúncias enviadas pela PGR solicitando autorização da Câmara dos Deputados para dar início às investigações da quadrilha. Os R$ 51 milhões de Geddel e os R$ 500 mil na mala de Rocha Loures, bem como a promiscuidade na liberação de verbas para aliados em troca de proteção, terminam de desenhar a situação.
Em tom irônico, o artigo afirma que Michel Temer não terá a oportunidade de se defender das acusações, visto que literalmente comprou a sua proteção via recursos públicos transferidos para aliados na forma de emendas parlamentares. Aqui, citam 8 bilhões de Euros gastos na operação, aproximadamente R$ 30 bilhões. O afrouxamento na fiscalização do trabalho escravo e a tentativa de entregar as riquezas do nosso subsolo para os estrangeiros completam a saída encontrada pela organização criminosa para fugir da justiça.

Perseguição política

A miopia da imprensa corporativa e de setores do Poder Judiciário não ficaram de fora da análise. Causa espanto aos gringos a desenvoltura com que Aécio Neves desfila pelos espaços, mesmo sendo acusado – com provas – de diversos atos ilícitos praticados ao longo da vida, incluindo os pedidos de propinas a Joesley Batista flagrados em áudios. Em contraste, citam a implacável perseguição ao ex-presidente Lula e a condenação referente ao “triplex do Guarujá”, apontado no artigo como mera denúncia que carece de comprovação.
Assim com foi feito um histórico dos crimes de Temer, o artigo também procura situar quem foi Luis Inácio Lula da Silva para o povo brasileiro. Citam a sua saída da presidência com a aprovação recorde de 87% da população, as mais de 30 milhões de pessoas que deixaram a pobreza absoluta durante os seus governos, o pleno emprego e a inserção do Brasil como player importante nas relações internacionais.
Embora seja alvo de uma sistemática campanha de difamação, o artigo afirma que Lula segue firme como um forte candidato para as eleições de 2018 e que, até o momento, não foi viabilizado um opositor com chances de derrotá-lo. Entretanto, o artigo também afirma que dificilmente Lula terá condições de se candidatar em virtude desta sistemática perseguição política.

Desfile do arbítrio

O vale-tudo proporcionado pela direita conservadora para garantir sucesso nas eleições de 2018 e seus reflexos na sociedade mereceram destaque no artigo. Tendo PSDB e DEM à frente, a composição política acabou por fortalecer a ultradireita com a ascensão de Jair Bolsonaro e seu elogio à tortura, ao racismo, à homofobia e misoginia. O pouco apreço aos preceitos democráticos e a defesa do assassinato sumário contra pessoas acusadas de crimes completam o perfil daquele que materializou o ódio patrocinado por partidos que, incapazes de derrotarem os adversários nas urnas, militam pela sua extinção.
A aceitação deste discurso preconceituoso e assassínio é vista com preocupação, especialmente em face de um temor irracional do “comunismo” manifestado pelos simpáticos aos ideais fascis
tas propagados por Bolsonaro. Movimentos como o MBL são apontados como responsáveis por instigar no seio da sociedade tais ideais extremistas fazendo uso de uma agenda ultra neoliberal e um moralismo ultra conservador, dialogando diretamente com os medos e preconceitos enraizados no senso comum da população. A recente investida contra artistas e obras de arte, arrogando a defesa dos valores da “família tradicional”, seria um exemplo desta conduta.
O avanço do conservadorismo é articulado. Além de ideais extremistas e uma pueril defesa dos bons costumes, iniciativas que visam cercear o pensamento e a sua manifestação seguem avançando dentro da sociedade. A mordaça conhecida como “Escola Sem Partido”, que visa abolir a crítica e a contextualização do conhecimento produzido e propagado nas salas de aula, é uma realidade em muitos municípios. Com o objetivo declarado de impedir a “doutrinação” de nossa juventude, o que de fato está por trás é impedir o debate de temas fundamentais que constituem a vida em sociedade, criando adultos acríticos docilmente adestrados para exploração sistemática do tal “mercado”.
Dando suporte a este cordel de retrocessos, a direita religiosa abarcada sob o nome genérico de “Igrejas Evangélicas”. Com uma pauta muito bem definida, não escondem o que desejam: restringir liberdades, retirar direitos das mulheres e minorias e a destruição do que resta de secularismo no Brasil (se um dia existiu). Ataques às religiões de matriz africana ou o vago combate à “cultura pagã” foram utilizados como balão de ensaio durante as eleições municipais de 2016 no Rio de Janeiro, quando um membro da Igreja Universal do Reino de Deus venceu a disputa para a prefeitura.
Desde então, cresce o movimento que prega trocar a Constituição Federal pela Bíblia. Pasmem, mas pelas ruas da capital carioca podem ser vistos carros ostentado adesivos com esta ideia! Tal situação é ainda mais bizarra se lembrarmos que os funcionários públicos do Rio de Janeiro há meses não recebem seus salários em dia.

Desastre iminente

O artigo finaliza com um panorama nada animador para o Brasil. Cita a fragmentação da esquerda e as manobras empreendidas pela organização criminosa instalada no Palácio do Planalto e os partidos políticos que a sustentam no Congresso Nacional para se perpetuarem no poder e fugirem das investigações de seus crimes.
A operação Lava-Jato, em curso desde 2014, já deu sinais de que tem como única preocupação criminalizar a Esquerda e lideranças políticas do campo progressista. O pouco apreço do povo brasileiro à Democracia e a inclinação por soluções fáceis empreendidas pelo herói nacional da vez, somadas às sucessivas revelações de escândalos e a seletividade na punição de corruptos e corruptores, podem levar a população brasileira a ser seduzida pelo discurso vazio e moralista que toma força na sociedade.
Mas ao contrário da Itália, que serve de inspiração para a inquisição irradiada desde Curitiba e que resultou em uma figura controversa como Berlusconi, para dizer o mínimo, por aqui esta política do vale-tudo empreendida pelos derrotados de 2014 pode gerar como resultado uma aliança entre o neoliberalismo mais agressivo e o evangelismo mais hipócrita que poderiam existir.
Que as deusas tenham piedade do Brasil.
Fonte: mídia Ninja

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Canalhice

Agora de manhã, no Bom Dia Brasil, a Globo sendo a Globo, defendendo com veemência a reforma da previdência, alegando que será boa para os mais pobres. Isso depois de , estes dias, mostrar uma reportagem colocando a culpa da crise nas contas públicas nos salários pagos aos funcionários públicos. É, não existe corrupção nem desmandos com o dinheiro publico.
Imagine um trabalhador braçal ter que trabalhar 40 anos -para se aposentar. Não se aposentará nunca. 
Na realidade a reforma é o fim da aposentadoria do brasileiro. Seguem as perguntas: políticos se aposentam com quantos mandatos mesmo? Quantos assessores cada deputado mantém com o dinheiro público? Quanto do dinheiro público é gasto com os auxílios inúmeros que os deputados recebem? Quanto o "presidente" Temer já gastou para conseguir a aprovação da reforma trabalhista e da reforma da presidência?

domingo, 19 de novembro de 2017

O PODER DA IGNORÂNCIA NA MANUTENÇÃO DO STATUS QUO

Disseram certa feita que podem tirar tudo de nós, menos o nosso conhecimento. A capacidade que o ser humano tem de refletir criticamente sobre a vida é o que determinada em grande medida a sua liberdade. Dito isso, caso o indivíduo esteja preso em círculos de pensamentos que não são seus, isto é, seja tão somente um reprodutor de um discurso que lhe é passado, torna-se impossível ser livre e, consequentemente, será um escravo do sistema.
Na contemporaneidade, a escravidão não se dá nos moldes antigos, baseada na coerção e na força, mas sim, no controle do pensamento, alienando o indivíduo e transformando-o em um autômato incapaz de escrever uma linha da sua vida com suas próprias mãos. Sendo assim, a classe dominante cria amarras invisíveis, a fim de que os indivíduos se mantenham subjugados sem que percebam a prisão que os envolve.
Essa cegueira se dá em virtude da falta de reflexão crítica que os indivíduos possuem, de modo que se torna muito fácil moldá-los à realidade que os dominantes julgam como necessária à manutenção do status quo. O enquadramento ao modus vivendi determinado pela classe dominante se dá pelo que George Orwell chama de controle da realidade ou duplipensar que “quer dizer a capacidade de guardar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias, e aceitar ambas”.
Dessa forma, a realidade é construída pelos detentores do poder nas relações de força na sociedade de maneira que ela seja modificada e ajustada de acordo com os interesses do momento histórico. Os dominados ou a “prole”, como Orwell prefere, apenas aceita a verdade imposta, ainda que esta seja contraditória e vise à manutenção das discrepâncias sociais.
Posto que não há como aceitar duas crenças simultaneamente, os indivíduos, confusos, não conseguem entender a verdade por trás do que lhes passam como realidade, de modo que permanecem em uma ignorância contínua. Essa ignorância é apresentada como sinônimo de força pelo Partido na obra 1984. Não é preciso dizer que o lema do Partido realmente produza força, mas apenas para os que detêm o monopólio dela nas micro-relações de poder no âmbito social.
Estendendo à nossa realidade, o Partido pode ser lido não somente como a classe política, mas como todos aqueles que se propõem a subjugar as classes inferiores a fim de manterem-se no poder. Para tanto, fazem de tudo para que sejamos massa de manobra em suas mãos, nos modelando de acordo com os seus interesses. Somos despersonalizados para que não consigamos exercer a capacidade reflexiva, o que levaria a questionar as mazelas sociais.
O pensamento, dessa maneira, é controlado através de elementos como a mídia e a publicidade. Exerce-se, portanto, o poder da polícia do pensamento, como aparece no livro, mas sem o uso da coerção física, como já foi dito. Utilizam-se outros elementos, como a sedução da sociedade de consumo, com as suas inúmeras fórmulas de felicidade e prazer apresentadas nas propagandas.
Todavia, o controle do pensamento se dá do mesmo modo, sendo, inclusive, mais eficaz, visto que inexistindo uma coerção física para os que se afastam da linha, há um trabalho muito mais forte de sedução, para que voluntariamente os indivíduos tornem-se servos e abdiquem do seu direito de pensar.
Assim, excetuando poucos indivíduos que ousam questionar o sistema e procuram exercer a sua capacidade reflexiva, a grande maioria está totalmente adequada ao sistema, vivendo felizes em sua ignorância. Vivendo vidas mecânicas, são incapazes de tirar as vendas que os dominantes, sob os seus consentimentos, colocam em seus olhos.
Ainda que as condições sejam difíceis, há a possibilidade de não se condicionar a esse sistema opressor. Todavia, cada vez mais facilmente as pessoas têm aceitado as crenças contraditórias da classe dominante, permanecendo imersas na sua pobreza e ignorância, mesmo que não percebam ou não queiram perceber a venda nos seus olhos.
Embora livres e pensativos, estamos condicionados a viver de forma servil, sendo oprimidos por um sistema que apenas visa ao bem-estar de poucos. No entanto, se mudarmos as condições, podemos mudar as respostas e, assim, tomaremos as rédeas das nossas vidas, podendo pensar por nós mesmos e não sendo meros reprodutores de um discurso opressor e hierarquizante.
Quando aprendermos, como diz Orwell, que a verdade não é questão de estatística, seremos seres pensantes e como indivíduos capazes de produzir o próprio conhecimento, seremos livres, pois deixaremos de ser condicionados e ignorantes, uma vez que:
“De maneira permanente, uma sociedade hierárquica só é possível na base da pobreza e da ignorância.”
Por Erick Morais


domingo, 12 de novembro de 2017

"O Brasil pode estar caminhando para uma fase que no futuro chamaremos de "2º Período Colonial", no qual a soberania popular foi substituída pela partilha do país entre as grandes corporações estrangeiras, a escravidão foi reimplantada de forma mais sofisticada e as igrejas fundamentalistas passaram a doutrinar ideologicamente a massa emburrecida pelo jogo de aparências das redes sociais.
Da mesma forma que o Chile de Pinochet foi o laboratório do neoliberalismo via "doutrina de choque", o Brasil de Temer é um tubo de ensaio para um novo colonialismo com a destruição dos Estados e nações, tendo o consentimento das oligarquias locais que rejeitaram um projeto de país e que aceitaram serem sócias menores do grande capital apátrida.
Enquanto isso, grupos privados bilionários financiam "movimentos" de direita para convencerem pessoas desinformadas a acreditarem que a agenda dos bilionários de privatização e desmanche do Estado é boa para a população.
Agora, até grupos separatistas aparecem como se surgissem por geração espontânea, sem sequer ser investigado quem os financia.
O Brasil sangra enquanto sua riqueza é roubada e seu povo explorado. Proliferam oportunistas de toda espécie e a resistência está no Facebook, preocupada em saber quantas curtidas terá, sem se ligar que esta rede social é parte central no processo de controle social e ideológico das massas.
Se tenho esperanças? Sim, por que enxergo as coisas numa perspectiva histórica. Mas já estou preparado para viver uma idade das trevas e a dar a contribuição que for possível para revertê-la no longo prazo."
Thomas de Toledo
Professor de Relações Internacionais da UNIP, historiador pela USP, mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp e especialista em BRICS

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Retrocesso

Após três anos de ausência minha esperança era, após o período, retornar com notícias melhores, pessoas melhores, cenário melhor. Doce ilusão. Nunca vi um período tão pobre no Brasil, e infelizmente não falo apenas do setor econômico.
Eu, sinceramente, não sei se o que houve foi a derrubada das barreiras que represavam a falta de educação, o racismo, o machismo; ou se parcela do povo brasileiro mudou para pior.
O que vemos são pessoas incapazes do diálogo, com a certeza de que a opinião individual é a única válida; homens convictos de que matar uma mulher que se nega a ele é extremamente válido. Os que não chegam a tanto espancam e ameaçam para a manutenção de suas vontades. De qualquer modo, violência é violência.
Ser diferente virou também motivo para a ereção dos tribunais populares: gordos, deficientes, homossexuais, transexuais, negros, todos são vistos como o alvo fácil da vez. E o pior que tudo isso em um país no qual boa parte da população se afirma cristã. Não consigo localizar em nenhuma parte dos evangelhos pregação cristã para a morte de gays, discriminação de negros, destruição de locais religiosos de culto diferente do do agressor, para a pena de morte de bandidos (destaque-se os negros e pobres, pois ninguém fala em pena de morte para os bandidos de colarinho brancos, para os filhos da elite).
Sendo assim, contraditoriamente, não me causa espanto ouvir pessoas que se dizem cristãs, ouvir pessoas que são, teoricamente esclarecidas, declarando seu voto em Bolsonaro, ou pedindo o retorno da ditadura. A opção pelo viés autoritário é a opção dos preguiçosos, daqueles que não querem se dar ao trabalho de lutar pelos seus direitos, lutar contra a corrupção, analisar a política de forma profunda antes de fazer suas escolhas. O segredo é o seguinte: se voltar a ditadura e as coisas não derem certo,a culpa não é minha, mas do governo. Afinal, é uma ditadura. Se Bolsonaro for eleito, idem, afinal, não tenham dúvida, será um governo autoritário. Ninguém assume nada, assim como os que bateram panelas não assumiram o baticum, assim como os que fizeram campanha para Aécio "nunca a fizeram".
Ah, você então é petralha. Nem petralha nem coxinha. Enquanto os bobos perdem tempo nessa batalha patrocinada pela mídia, os políticos "deitam e rolam". Perde-se tempo, e mais uma vez ninguém analisa profundamente a situação.
Agora, se a eleição do ano que vem se polarizar, use a cabeça. Vote no candidato com histórico favorável ao trabalhador ( a não ser que você seja banqueiro, empresário ou coisa que o valha).