segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Gustavo Teixeira: Credibilidade policial

O Dia


Rio -  É inegável o dano causado à imagem de um órgão público, responsável por coibir crimes, quando ele é acusado de cometê-los. O Estado tem a obrigação de ser o primeiro a dar exemplo. Carros de polícia que estacionam em local proibido sem estar em uma emergência, policiais que dirigem sem cinto de segurança ou falando ao celular são pequenos exemplos, mas sintomáticos, de como necessitamos de uma polícia mais atenta à lei.
O episódio dos PMs acusados de subtrair uma bolsa supostamente contendo o resultado de um malsucedido assalto a um restaurante na Tijuca é a concretização do provérbio de que para a mulher de Cesar não basta ser honesta, ela tem de parecer honesta.
Não basta a polícia agir corretamente, ela tem de se esmerar em também ostentar a todos quantos possam ver essa correição, cumprindo cabalmente os princípios públicos exigidos daqueles que detêm o poder de fiscalizar os demais cidadãos. O desgaste que a corporação terá em explicar o ocorrido é certamente maior do que prevenir esse tipo de situação. Devemos exigir dos governantes o investimento contínuo na qualificação desses agentes públicos que fazem a nossa segurança.
Juízes de Direito e membros do Ministério Público possuem remuneração condizente com o cargo que ocupam, além de usufruir série de benefícios que lhes asseguram tranquilidade para exercer suas funções; nada mais justo e necessário. Nesse contexto, a polícia se vê tratada de forma desequilibrada, logo o órgão que mais contato direto tem com a população.
Cumprir o que preceitua a Constituição é o primeiro e mais significativo passo para democracia, é isso que concede a segurança jurídica necessária para que Estados possam se desenvolver, sob todos os aspectos.
É tarefa de décadas expurgar os maus policiais, mas devemos primeiro dar condições dignas de trabalho e formação, para que possamos, um dia, ter uma polícia bem remunerada e qualificada, que respeite os direitos individuais, que seja educada, mas efetiva, combativa e implacável, sempre respeitando a lei.
Gustavo Teixeira é advogado

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