Ouvimos falar, constantemente, em educação pública de qualidade. Aliás, este é o mote das campanhas eleitorais. Também é a justificativa das provas de avaliação de desempenho aplicadas aos alunos das escolas públicas. Mas parece que nossos queridos administradores públicos esquecem que tudo é um processo.
Sou professora de uma escola da rede pública do estado do Rio de Janeiro. Começamos o ano bem! Na minha escola as salas (com exceção de apenas uma) ficam lotadas com 35 alunos. Pois as turmas deste ano estão com 39 a 43 alunos, tornando impossível ao professor caminhar frente ao quadro, quanto mais ir às carteiras auxiliar os alunos na realização das atividades. Controlar a conversa, então, fica mais difícil ainda, pois os alunos têm que sentar, literalmente, uns colados aos outros.
Fiz um blog onde coloquei a primeira matéria do ano, com muitos mapas e exercícios correlatos à explicação da aula, para utilização no laboratório de informática. Qual não foi minha surpresa ao chegar à escola e ser informada que o laboratório ficará ocupado por 15 dias para realização de trabalho burocrático da coordenadoria! Me explicaram que este trabalho é inevitável, pois trata-se da colocação, na internet, das informações da escola. Mas cabe o questionamento: o que é prioridade: o aluno ou o trabalho burocrático? Não há outro lugar provido de computadores e internet para realização deste trabalho?
Ao final do bimestre é cobrado do professor que não haja muitas notas vermelhas em seus diários. Mais uma vez explico que tudo isto é como na matemática: 2 + 2=4, ou seja, ou temos condições melhores de trabalho ou não venham cobrar milagres!
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