Rio - Da chave de fenda ao laptop, caminhamos muito depressa e, com a chegada da Internet e de enciclopédias e sites de informação, passamos a ter contato com vasta gama de assuntos, antes veiculados com restrição. As novas tecnologias permitiram a comunicação mais rápida com as pessoas e conteúdos variados e possibilitaram variadas pesquisas.
De modo geral, as escolas nos últimos anos não ensinaram aos alunos a usá-las, mesmo na universidade. Uma visão mais crítica e científica não chegou a se instalar na mente dos estudantes, que aumentaram em número nos cursos superiores, derivando daí uma aceitação muito fácil de qualquer afirmação.
A consciência ingênua tudo aceita, sobretudo quando se encontra diante de uma ferramenta com maior aparência de autoridade, como ocorre com a Internet. Sendo a consciência ingênua mais mágica que científica, uma citação pode, facilmente, ‘fazer a cabeça’ de um pesquisador incauto e que não aplica critérios de consistência interna às teorias expostas.
Esta é a razão de trabalhos com base em informações obtidas junto às tecnologias disponíveis carecerem de segurança. Não só precisamos alertar para perigos de qualquer informação veiculada sem critérios, como a ciência e a pesquisa exigem que sejam testadas e comparadas com outras fontes para que sejam avaliadas as correlações positivas entre o que foi informado.
A velocidade da informação não pode gerar o crescimento de uma consciência ingênua que tudo lê e tudo aceita como verdadeiro e quase infalível.
As escolas e as universidades brasileiras precisam desenvolver mais a consciência crítica para substituir a ingenuidade que acompanha nossos estudantes e acadêmicos acostumados, desde cedo, a lidar mais com a informação e muito pouco com o conhecimento.
Hamilton Werneck é pedagogo e escritor
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