domingo, 27 de novembro de 2011

Este Texto Complementa A Postagem De 23/11/2011

Frei Betto: A Copa (não) é nossa
Jornal O Dia

      Rio - Para bem funcionar, um país precisa de regras e de quem zele por elas. O Brasil possui muitas leis. Em princípio, nenhuma delas pode contrariar a Constituição. Na prática, e na Copa, a teoria é outra.
      A Fifa se interessa mais por lucro que por esporte. Por isso desembarcou no Brasil com a sua tropa de choque para obrigar o governo a esquecer leis e costumes.
      A legislação corre o risco de ser escanteada e, se acontecer, empresas associadas à Fifa ficarão isentas de pagar impostos.
      A lei da responsabilidade fiscal, que limita o endividamento, será flexibilizada para facilitar as obras destinadas à Copa e às Olimpíadas.
      A Fifa quer proibir, durante a Copa, a comercialização de qualquer produto num raio de 2 km em torno dos estádios. Excetos mercadorias vendidas pelas empresas associadas a ela.
      Cerca de 170 mil pessoas serão removidas de suas moradias para que se construam os estádios. E quem garante que serão devidamente indenizadas?
      A Fifa quer o povão longe da Copa. Ele que se contente em acompanhá-la pela TV. Boa parte dos ingressos será vendida antecipadamente na Europa.
      A Fifa quer impedir o direito à meia-entrada. E nada de entrar nos estádios com sanduíches. Até água será proibido. Só uma empresa de fast food poderá vender seus produtos nos estádios. E a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios, que vigora hoje no Brasil, será quebrada em prol da marca de uma cerveja fabricada nos EUA.
      Todas essas propostas estão contidas no Projeto de lei 2.330/2011, que se encontra no Congresso. É hora de as torcidas organizadas e os movimentos sociais pressionarem deputados e senadores. Caso contrário, o torcedor brasileiro vai ter que se resignar a torcer pela TV.

COMENTÁRIO DO BLOG: gostaria de saber até quando será permitido aos políticos brasileiros "rasgarem a constituição" e fazerem o que querem e bem entendem neste país em prol dos interesses que não são do povo brasileiro que, teoricamente, tem seus interesses representados por estes senhores...

sábado, 26 de novembro de 2011

Vale a pena sonhar? Mas o que é a vida sem sonhos?

Canção
Cecília Meireles
 
 
 
Pus o meu sonho num navio


e o navio em cima do mar;

- depois, abri o mar com as mãos,

para o meu sonho naufragar





Minhas mãos ainda estão molhadas

do azul das ondas entreabertas,

e a cor que escorre de meus dedos

colore as areias desertas.





O vento vem vindo de longe,

a noite se curva de frio;

debaixo da água vai morrendo

meu sonho, dentro de um navio...





Chorarei quanto for preciso,

para fazer com que o mar cresça,

e o meu navio chegue ao fundo

e o meu sonho desapareça.





Depois, tudo estará perfeito;

praia lisa, águas ordenadas,

meus olhos secos como pedras

e as minhas duas mãos quebradas.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Recebi Este Email De Uma Professora, E Repasso.

      Se você é Professor, da Rede Pública ou Particular, LEIA com Atenção!!!
      Urgente e Atual



      O ministro da Educação Fernando Haddad solicitou uma pesquisa científica sobre o aumento do número de horas do aluno na Escola e sua correlação com o aumento do Rendimento Escolar. No dia 21 de setembro (21/09/11) ele apresentou os resultados à imprensa, pois deseja um Grande Debate sobre o Assunto.
      A pesquisa realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo revelou que mais tempo (mais horas) na Escola leva a uma melhoria dos resultados do aluno na aprendizagem e nas avaliações (ENEM, SAEB, etc.).
      Até aí nenhuma surpresa, pois vários países desenvolvidos têm uma carga horária anual maior do que a brasileira e têm resultados melhores. O que vêm a seguir é que é preocupante.
      Diante do resultado deste estudo, Ricardo Paes de Barros, subsecretário que coordenou a pesquisa apontou alternativas (que seriam, na verdade, Propostas) ao ministro:

      Proposta 1
      Proposta 1 – O Estudo de Ricardo Paes de Barros mostrou que um bom professor em sala de aula tem o impacto de 9,6 pontos no Saeb, 20 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 68% de melhoria do desempenho do aluno. Mostrou também que a melhoria dos resultados acadêmicos pode ser feita com adiminuição das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo. Esta proposta implica a) criar programas de formação e projetos de incentivo aos docentes, para que mais bem remunerados, preparados e motivados, possam faltar menos e dar melhores aulas; b) modificar a atual LDB, diminuindo o percentual máximo permitido de faltas aos alunos (25%); c) Reduzir o número de faltas, abonos e licenças permitidas por lei aos docentes.
      A Proposta 1 requer modificação na legislação educacional e investimentos em Salários e em Programas de Formação Continuada para os Docentes (Formação Profissional, Especialização, Mestrado e Doutorado).



      Proposta 2 – Paes de Barros aponta que a Diminuição do número de alunos em Sala potencializa o rendimento de todos, ao permitir que os Docentes tenham mais tempo para auxiliar os alunos que apresentarem dificuldades. Nesta proposta: a) estabelecer qual é o número mínimo de alunos por sala e série; b) ampliar o número de salas e, consequentemente, de escolas; c) criar incentivos para a carreira docente, pois mais salas e mais escolas demandarão mais professores mais bem preparados (hoje, desestimulados, muitos estão deixando a carreira docente).
      A Proposta 2 demanda investimento em infraestrutura e investimento no profissional da educação (Salários e Capacitação). Se a carreira docente for valorizada, atrairá e manterá nela os mais capacitados.


      Proposta 3 –Aumento do número de horas diárias do aluno na Escola. Essa proposta segue o modelo europeu (período integral) e implica em alguns investimentos: a) melhorar as cantinas escolares para que possam servir almoço aos alunos; b)readequação do currículo para que todo o período de permanência seja bem aproveitado; c) maior número de salas de aulas (hoje, os alunos do matutino e vespertino utilizam as mesmas salas); d) readequação e aumento da carga horária dos professores (o professor receberia o valor das aulas adicionais); e) aumento dos espaços esportivos e culturais da Escola (necessidades de uma Escola de Tempo Integral).
      Ou seja, a Proposta 3 requer significativos investimentos em infraestrutura. Entretanto, o aumento do salário dos professores seria apenas em função do aumento do trabalho (mais aulas, mais remuneração) e não de um aumento real no valor da hora/aula. É verdade que a Escola de Tempo Integral é um modelo seguido na Europa, mas lá o professor recebe melhores salários (quando comparados com outros profissionais de formação superior) do que aqui.


      Proposta 4 – Aumento dos dias letivos. Dos atuais 200 para 220 dias letivos. Sendo subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidência, Paes de Barros julga ser essa a alternativa mais atraente e interessante ao governo pois praticamente não haverá nenhum custo para os cofres públicos. Na prática, esta Proposta levará: a) a um aumento dos dias letivos em detrimento de sábados e feriados; b) aumento da jornada de trabalho (em dias) sem o consequente aumento da remuneração (pois o governo já divide o salário anual em doze meses + o décimo terceiro); c) diminuição dos dias de recesso e férias docentes.
      A Proposta 4 não requer do Governo praticamente nenhum investimento – só uma mudança na Lei. Já para o docente, significa mais dias de trabalho, mais matéria a ser lecionada e mais avaliações, provas e trabalhos para corrigir e nenhum aumento ou remuneração adicional. Para o aluno, mais matéria, mais pressão por resultados e menos dias livres em casa.

      Fique Atento e Pense Corretamente como PROFESSOR
      O Governo tem a intenção, segundo o ministro, de realizar um DEBATE com a SOCIEDADE para, em seguida, implementar a medida – aumento para 220 dias letivos.

      Proposta 1 - Investir na Formação e Salários dos Professores e Diminuir a permissão para Faltas (docentes e discentes).

      Proposta 2 - Menos alunos por Sala e Professores melhor Preparados e Melhor Remunerados.

      Proposta 3 - Escola de Tempo Integral (ainda precisa de muitos ajustes, mas levará o governo à necessidade de INVESTIR muito para sua implantação).

      CUIDADO, Professor
      Como mais UMA PROVA de que o Governo não quer INVESTIR em Educação, o subsecretário da Pasta já está indicando o aumento dos dias como a MELHOR proposta para o GOVERNO. Isso é ÓBVIO, pois é a única alternativa que não requer investimentos.
      O Governo tentará neste DEBATE jogar a população contra os professores que se opuserem aos 220 dias (Alternativa 4).
      Mas na verdade, NÓS PROFESSORES sabemos que aumentar para 220 dias não vai mudar em NADA o quadro atual de descaso com que as autoridades tratam a Educação.
      Além disso, a proposta de aumento dos Dias Letivos é a única que não apresentará nenhuma contrapartida positiva para o DOCENTE.
      Existem, ainda, outras PROPOSTAS com melhores OPÇÕES . Diga isso aos seus colegas e diretores. Diga isso aos seus vizinhos. Diga isso aos seus ALUNOS, sejam eles do Ensino Fundamental, do ENSINO MÉDIO, do Ensino Superior, da Pós Graduação, do Mestrado ou do Doutorado.
      TODOS OS PROFESSORES DEVEM SE UNIR neste Debate, pedindo ao Governo que aumente os INVESTIMENTOS na Educação do País.
      É fato que Todos os Professores Conscientes querem MUDANÇAS na Educação. Mas queremos MUDANÇAS que realmente façam a DIFERENÇA, que AUMENTEM a QUALIDADE do Ensino e que FAÇAM o governo Investir naquilo que é mais precioso – a Educação de nossas Crianças.
      NÃO ACEITE OS 220 DIAS. Os 220 dias serão um ENGODO para que o GOVERNO não gaste e não invista mais.
      Queridos Professores e Professoras da rede Pública e Particular, de todos os níveis
      Sejam conscientes - Repassem este E-mail a todos os Docentes e Educadores que vocês Conhecem.
      Abaixo, a notícia e a reportagem disponível na Internet
      21/09/2011 - MEC apresenta proposta para deixar aluno mais 20 dias por ano na escola
      O ministro da Educação, Fernando Haddad, apresentou nesta quarta-feira (21) em Brasília o resultado de uma pesquisa que levou o MEC a avaliar o aumento de até quatro semanas no calendário letivo da educação básica do país no sistema público e privado. Atualmente, o Brasil tem 200 dias, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases (nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) no ano letivo e carga horária de 800 horas. O ministro propõe um amplo debate sobre a ampliação da carga horária escolar para 220 dias ao ano.
      “Sempre que o MEC se vê diante de uma evidência forte que algo pode melhorar a partir da descoberta de um estudo temos que perseguir este objetivo”, disse Haddad. O ministro vai discutir a proposta com secretários de educação estaduais e municipais. Ele espera concluir o debate este ano para que a proposta seja encaminhada ao Congresso Nacional em 2012 para votação. “Nenhum país com bom desempenho tem uma carga horária de 800 horas”, disse o ministro. “O Chile tem carga de 1.200 horas por ano e o nosso desempenho hoje é equivalente ao que o Chile tinha no ano 2000.”
      A pesquisa coordenada por Ricardo Paes de Barros, subsecretário da Secretaria de Asssuntos Estratégicos da presidência, mostrou que dez dias a mais de aula aumentam em 44% o aprendizado dos alunos e em sete pontos a nota dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Essa melhoria pode ser atingida aumentando a exposição do aluno ao conhecimento.
      Segundo o pesquisador, o aumento da exposição pode ser feito com ampliação da jornada diária e com a diminuição das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo. Mas a alternativa mais atraente, segundo Barros, é a que tem o menor custo. “Em termos de custo é melhor porque na outra alternativa (mais horas/aula por dia ou menos alunos por sala) você precisa aumentar o espaço na escola colocando restaurantes e espaços esportivos.”
      A outra variável que provoca melhora é a qualidade do professor. “Tem um enorme impacto entre se consultar um bom ou um mau médico. Com o professor também é assim, mas a gente não valoriza a profissão e deixa o profissional mais experiente migrar para a rede privada”, destacou o pesquisador. Ainda de acordo com ele, o impacto no Saeb com professor experiente seria de 3,3 pontos.


Silvana Valéria

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Será Que Não Dar Para Poupar Despesas Com Os Famosos Auxílios Imorais Aos Nobres Deputados?????

      Vamos congelar os salários dos servidores públicos para cortar despesas...

      Ofício nº 3.189 (SF) Brasília, em 22 de dezembro de 2009.

      A Sua Excelência o Senhor Deputado Rafael Guerra Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados
      Assunto: Projeto de Lei do Senado à revisão.

      Senhor Primeiro-Secretário, Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser submetido à revisão da Câmara dos Deputados, nos termos do art. 65 da Constituição Federal, o Projeto de Lei do Senado nº 611, de 2007-Complementar, de autoria do Senador Romero Jucá e outros Senhores Senadores, constante dos autógrafos em anexo, que “Acresce dispositivos à Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), para dispor sobre limites às despesas com pessoal e encargos sociais da União e com obras, instalações e projetos de construção de novas sedes, ampliações ou reformas da Administração Pública”.

     Acresce dispositivos à Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), para dispor sobre limites às despesas com pessoal e encargos sociais da União e com obras, instalações e projetos de construção de novas sedes, ampliações ou reformas da Administração Pública.

      O Congresso Nacional decreta:
      Art. 1º A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:
      “Art. 71-A. A partir do exercício financeiro de 2010 e até o término do exercício de 2019, a despesa com pessoal e encargos sociais da União, para cada Poder e órgãos referidos no art. 20, não poderá exceder, em valores absolutos, ao valor liquidado no ano anterior, corrigido pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou o que venha a substituí-lo, verificado no período de 12 (doze) meses encerrado no mês de março do ano imediatamente anterior, acrescido de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) ou da taxa de crescimento do PIB, o que for menor.

      § 1º Serão deduzidas do cálculo, para efeito de aplicação do limite, as despesas com pessoal e encargos sociais do Distrito Federal custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição, e aquelas decorrentes de sentenças judiciais.

     § 2º Serão admitidos os excessos em relação ao limite disposto no caput decorrentes:

      I – do impacto financeiro, nos exercícios subsequentes, das alterações de legislação efetivadas até 31 de dezembro de 2009, discriminado nos termos do art. 16, inciso I, e do art. 17, § 1º, desta Lei Complementar;

      II – do impacto financeiro da substituição por servidor público concursado da mão-de-obra terceirizada existente em 31 de dezembro de 2009, desde que o montante acrescido na despesa total corresponda à redução em montante equivalente da respectiva despesa com contratação de mão-de-obra terceirizada.

   § 3º Considerar-se-ão, para os efeitos do caput, as despesas de que trata o § 1º do art. 18 desta Lei Complementar, relativas a contratos de terceirização de mão-de-obra dos Poderes e órgãos referidos no art. 20.

   § 4º Aplicam-se cumulativamente as vedações previstas nos incisos I a V do parágrafo único do art. 22 desta Lei Complementar nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, enquanto este perdurar.

      Art. 71-B. A partir do exercício financeiro de 2008, a despesa com obras, instalações e projetos de construção de novas sedes, ampliações ou reformas da Administração Pública não poderá exceder, em valores absolutos, a 1/4 (um quarto) dos percentuais estabelecidos para despesas com pessoal dos órgãos referidos no art. 20 desta Lei Complementar .”

      . 2º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

      Senado Federal, em 22 de dezembro de 2009.
      Senadora Serys Slhessarenko
      Segunda Vice-Presidente do Senado Federal, no exercício da Presidência

      Data Ação

      19/10/2011 Comissão de Finanças e Tributação (CFT )

      Aprovado por Unanimidade o Parecer.

      11/11/2011 Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )

      Designado Relator, Dep. Anthony Garotinho (PR-RJ)

      Fonte: http://www.camara.gov.br/

terça-feira, 22 de novembro de 2011

USP X Maconha

RAYMUNDO DE LIMA*, blog Espaço Acadêmico

      Os encapuzados da USP, invasores da reitoria cuja bandeira de luta é o direito de uso de maconha e contra a presença da PM no campus, nos remete a uma pesquisa com 4.395 alunos realizada em 1998: a maconha havia se transformado num hábito tão comum como fumar cigarro no campus. De cada 100 alunos, 20 fumavam maconha com frequência; 27 costumam fumar cigarro. “De cada 100 alunos de medicina no sexto ano da faculdade, 82 bebem com frequência – o que não significa um caminho inexorável ao alcoolismo; 20% disseram usar com frequência algum tipo de tranquilizante quando estão no último ano do curso”. Próximo do final do curso aumenta o número de usuários e a propensão ao vício de drogas e álcool entre alunos. Os motivos para esse aumento são diversos: pressão dos estudos, estresse, solidão, depressão, convivência grupal pró-relax.
      Alarmado com o envolvimento dos alunos da USP com as drogas e álcool, o reitor da época, Jacques Marcovitch, convocou um seminário multidisciplinar, para uma discussão sobre a descriminação da maconha e medidas de prevenção e tratamento. O narcotráfico já dominava a USP/capital, e os demais campi do interior de São Paulo em 1998.
      Fiz meu doutorado na USP, entre 2001 e 2005: notícias corriam que cidade universitária era insegura, havia assaltos e estupros, o cheio de maconha era forte, os narcocapitalistas se vestiam como estudantes politizados. O crack ainda não tinha invadido o campus. O movimento estudantil estava esvaziado de alunos e de bandeiras de lutas. Depois dos ataques aos EUA, em 2001, o dito marxista “a religião é o ópio do povo” virou algo como “religião pode ser arma contra o capital”. Pior, alguns admiravam os narcoguerrilheiros das Farcs. O movimento estudantil uspiano – entre outros – teriam se rendido ao vício e à barbárie?
      Ninguém duvida que boa parte do movimento estudantil é braço dos micro-partidos de vocação anti-democrática (a maioria odeia a democracia “burguesa”). Também há os independentes, pró-democracia. Há os que defendem o direito de fumar maconha, crack, cheirar coca, liberar bebidas em torno das universidades – como já aconteceuem Maringá. Ora, uma das funções dos cursos universitários é também praticar “extensão”: prevenção e tratamento aos drogadictos, alcoolistas, doentes psíquicos e somáticos. Há professores que se omitem; outros fazem discurso com um olho só (O Diário, 15/11/2011-Opinião e Cx Postal 17/11).
      No episódio da USP/2011, um professor pediu na imprensa fazer vistas grossas aos grupos, principalmente na FFLCH e nas moradias do CRUSP, fumando maconha ou crack? O falso argumento que só a comunidade pode vigiar, só reforça o riso dos narcotraficantes. As comunidades dos morros do Rio vigiavam com medo do poder dos narcocapitalistas que criaram um governo paralelo. É isso que eles querem que ocorra com a USP? Alguns fazem discursos cínicos do tipo: “maconha inspira ideias filosóficas”; “fumar maconha é um delito menor”, “a juventude é a fase do experimento”,”o cigarro mata mais do que a maconha” (frases de professores respeitáveis). O mais surpreendente discurso veio do ex-presidente FHC, com cara de bem intencionado.
      A exemplo do Rio, há pedidos de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) para a USP. Mas parece que a PM paulistana não tem força moral-estratégica para enfrentar o conluio entre alunos e narcocapitalistas. Até porque a história desta PM remete ao tempo da ditadura: reprimia as liberdades políticas no campus. Que fazer quando a resistência é fundadaem paranóia. Blá!
      As universidades públicas hoje passam pelo dilema: autorizar o policiamento no campus, ou deixar o narcotráfico mandar? Universidades públicas bem investem no ensino e pesquisa, mas ignoram a sabedoria e são reféns dos interesses político-ideológicos. A cultura uspiana é arrogante, se pensa numa ilha, alunos, professores e funcionários exigem privilégios de burgueses, mas se imaginam proletários. Imagine: o pai ou mãe contente de ter o filho estudando numa boa universidade fica sabendo que ele foi adotado pelos os narcocapitalistas, ou é laranja de um micro-partido fundamentalista. O movimento estudantil uspiano – entre outros – precisa ser mais razoável e estar sintonizado com o movimento estudantil mundial, no mínimo.

      Obs.: os alunos que invadiram a reitoria da USP consideram “de direita” o PSOL e o PSTU.

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* RAYMUNDO DE LIMA é Doutor em Educação (USP) e Professor do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá (DFE/UEM).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Brasil Foi Sucesso Nos EUA Em 21 de Novembro de 1962! 2011 É A Vez de Campos Brilhar!

Bossa Nova no Carnegie Hall. Jornal do Brasil: 22 de novembro de 1962
Fonte: Jornal do Brasil.







      Os músicos da Orquestra Mariuccia Iacovino realizam um sonho. Na quinta-feira passada (17/11/2011), os integrantes embarcaram para os Estados Unidos. A orquestra vai se apresentar durante dez dias em Nova Iorque, inclusive no Carnegie Hall.
      Parabéns não só aos músicos, mas aos responsáveis que, incansavelmente, lutam todo dia para manter funcionando a ONG Orquestrando a Vida, mesmo com a extrema má vontade do setor público para com projetos deste tipo.

domingo, 20 de novembro de 2011

Frei Betto: Alunos analfabetos

      Rio - No primeiro semestre deste ano, aplicou-se a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) em turmas de alunos que concluíram o 3º ano do Ensino Fundamental, em todas as capitais do país. Uma iniciativa do movimento Todos pela Educação com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
      O resultado é alarmante. Constatou-se que 43,9% dos alunos são deficientes em leitura e 46,6% em escrita. Ou seja, são semialfabetizados. Não captam o significado do que leem e redigem uma simples carta com graves erros de sintaxe e concordância.
      Quanto à leitura, quase metade (48,6%) dos alunos da rede pública correspondeu ao resultado esperado. Na rede de escolas particulares, o desempenho foi bem melhor: 79%.
      No item escrita tiveram bom resultado apenas 43,9% do alunos da rede pública. Na rede particular, 86,2% dos alunos se saíram bem em redação. Os índices demonstram que, no Brasil, a desigualdade social se alia à desigualdade educacional.
      Alunos da rede pública, oriundos, na maioria, de famílias de baixa renda, não trazem de berço o hábito da leitura. Seus pais têm baixa escolaridade e o livro não é considerado um bem essencial.
      É hora de se perguntar se a progressão automática, isto é, fazer o aluno passar de ano sem estar em condições, é uma pedagogia recomendável. No futuro, ele não terá aprovação automática em empregos que exigem qualificação.
      O Brasil é um país às avessas. Nenhum governo implementou, ainda, uma revolução educacional de fato. Como acreditar que apenas 4 horas de permanência na escola são suficientes para uma boa educação? O governo deve à nação uma eficiente campanha nacional de alfabetização, inclusive entre alunos dos 30e 40 anos.


Fonte: O Dia
Frei Betto é escritor, autor de “Alfabetto- autobiografia escolar”

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Educação e o Capital

    

     Há alguns meses que foram retiradas as lombadas eletrônicas em frente à Escola Estadual Dr Phillippe Uebe, às margens da BR-101, em Campos dos Goytacazes. Os alunos, desde então, ficaram à mercê da boa vontade dos motoristas de pararem para que possam atravessar. Apesar dos apelos da comunidade escolar, nenhuma providência foi tomada para solucionar o problema.
      Eis que hoje (17/11/2011) foi inaugurado um supermercado logo após a referida escola. E qual não foi a minha surpresa em ver a celeridade com a qual foi feito um acesso ao referido Atacadão, com a instalação de dois semáforos para que o trânsito na BR não atrapalhe a travessia dos carros rumo ao supermercado.
      Perguntar não ofende e é direito do cidadão: por que tal providência nunca foi tomada para garantir o acesso seguro dos alunos à referida escola? Afinal, mesmo na época em que as lombadas eletrônicas funcionavam, os carros não paravam totalmente para que os alunos atravessassem a BR, pois apenas limitavam a velocidade aos 50Km por hora. E, já que a instalação de semáforos na BR é possível, porque não fazê-lo em frente à escola? 

17 de novembro de 1917: Morre Auguste Rodin, o mestre das artes plásticas


      René-François-Auguste Rodin, mestre mundial das artes plásticas, nasceu em 12 de novembro de 1840 em Paris. Filho de uma família de poucos recursos, estudou desenho a partir dos 13 anos. Aos 18, após ser reprovado três vezes no exame da Escola de Belas Artes, passou a trabalhar como moldador, confeccionando objetos ornamentais. Ao ter recusada a primeira obra que enviou ao salão oficial, O Homem de Nariz Quebrado (1864), afastou-se das exposições.
      Fascinado pelas esculturas de Michelangelo e Donatello, produziu A Idade de Bronze (1875-1876). A obra, tamanha era a perfeição, causou escândalo entre os críticos, que acreditavam ter ela tido como molde um homem verdadeiro. Em 1880, no decorrer dos trabalhos para a fabricação da Porta do Paraíso, obra encomendada pelo Museu de Artes Decorativas de Paris, Rodin produziu importantes esculturas de alto impacto, como O Pensador (1880) e O Beijo (1886).
     Por volta de 1885, o escultor iniciou um caso com a aluna Camille Claudel, o mais tempestuoso que teve. Em 1908, instalou-se no Hotel Biron, que se transformaria, após sua morte, no Museu Rodin.




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Bancada acima da lei

Pelo menos 15 parlamentares condenados à prisão continuam soltos e exercendo seus mandatos graças ao excesso de recursos. Alguns até tentam legislar em causa própria

Izabelle Torres, Revista Isto É.
 
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LISTA NEGRA
Alvo da Interpol, Maluf precisa
permanecer no País para não ser preso



      Na política brasileira, há vícios de todos os tipos. O expediente é curto, as mordomias são grandes e a impunidade garante os desvios de conduta. As Casas Legislativas têm servido até mesmo de refúgio para gente que, segundo decisão dos Tribunais Superiores, poderia estar na cadeia. ISTOÉ mapeou os casos registrados nas diferentes esferas judiciais e encontrou nada menos do que 15 condenados à prisão que continuam a exercer seus mandatos parlamentares.
      Há exemplos por toda parte. No Congresso, dois deputados federais, Natan Donadon (PMDB-RO) e Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), já foram julgados em última instância e condenados pelo Supremo Tribunal Federal, mas, graças a recursos, eles continuam nos cargos com tudo a que têm direito. Os crimes desses dois deputados são de naturezas distintas. Donadon foi condenado a 13 anos de reclusão por desvio de recursos públicos e peculato, enquanto Asdrúbal Bentes recebeu pena de três anos de prisão por praticar esterilização cirúrgica em troca de votos. Graças a embargos declaratórios, em que pedem explicação para as sentenças, ambos continuam a circular livremente pelos corredores do Congresso.

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DUPLA ENROLADA
Os deputados Natan Donadon e Asdrúbal Bentes (à esq.)
têm em comum o fato de ter sido julgados e condenados à prisão pelo STF



      A Justiça também já tentou mandar para a cadeia os deputados Anthony Garotinho (PR-RJ) e Paulo Maluf (PP-SP). No caso do ex-governador do Rio de Janeiro, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região condenou-o a dois anos e seis meses de prisão por formação de quadrilha. Mas a pena foi revertida em serviços comunitários aliada à proibição de assumir cargos públicos. Mesmo assim, Garotinho recorreu e segue exercendo seu mandato na Câmara. No caso de Paulo Maluf, que responde a mais de 20 processos, uma dezena de pedidos de prisão se acumula e o ex-governador de São Paulo está na lista negra da Interpol. Se deixar o Brasil, Maluf pode ser preso na primeira escala internacional.
      Enquanto esperam que seus recursos caminhem na fila dos milhares de processos pendentes no STF, políticos como Donadon ainda legislam em causa própria. Apresentam projetos de lei que muitas vezes servem justamente para aumentar o espaço para a corrupção. É de autoria do peemedebista, por exemplo, uma proposta que cria órgãos destinados a fiscalizar os Tribunais de Contas nos Estados e a que permite que empresas inidôneas continuem executando contratos com órgãos públicos, mesmo depois de denunciadas. Maluf, por sua vez, é padrinho da polêmica proposta que limita os poderes do Ministério Público, seu principal algoz.

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LIVRE
Embora tenha sido condenado a dois anos de prisão,
Garotinho cumpre expediente no Congresso



      Além dos nomes famosos, pelo menos em oito Estados, há políticos que poderiam estar na cadeia e não nas cadeiras parlamentares. O deputado estadual de Alagoas, João Beltrão (PRTB), é um exemplo. Condenado a oito anos de reclusão pelo assassinato de um policial militar, estava foragido e foi diplomado este ano graças a uma procuração. Ele seria preso na porta da Assembleia Legislativa por policiais civis que o aguardavam para cumprir a decisão da 17ª Vara Criminal de Maceió. Mandou o filho em seu lugar e só apareceu em público quando adquiriu a imunidade parlamentar. O mandato também livrou o deputado estadual do Amazonas, Abdala Fraxe (PTN), de começar a cumprir a pena de seis anos e meio de prisão por formação de quadrilha e crime contra a paz pública. Em Rondônia, o deputado estadual Marcos Donadon (PMDB) – irmão de Natan Donadon – também deveria estar preso, não fossem as inúmeras possibilidades de recursos previstos na legislação brasileira. O peemedebista teria de cumprir pena de 16 anos de reclusão determinada pelo Tribunal de Justiça estadual por crimes de peculato, formação de quadrilha e desvio de dinheiro público.
      Para o professor de direito constitucional da Fundação Getulio Vargas Joaquim Falcão, o grande número de políticos condenados que continuam livres é resultado exatamente do excesso de recursos e da morosidade no julgamento dos casos. “O grande problema é que há 37 portas na legislação que permitem a chegada de um processo ao STF. Não se vê isso em lugar nenhum do mundo. Também há recursos postergatórios que podem ser apresentados até depois que o Supremo toma uma decisão. Isso adia o cumprimento das decisões judiciais e desenha esse quadro de impunidade que estamos vivenciando”, avalia o especialista. Em sua opinião, a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz o número de recursos possíveis em um processo é a chance de se punir pessoas que, mesmo condenadas à prisão, permanecem livres. O projeto foi elaborado pelo presidente do STF, Cezar Peluso, e está sendo analisado pelo Senado. “Somente fechando as brechas, poderemos reduzir o número de pessoas que usa desses artifícios para fugir das punições”, afirma Falcão.

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domingo, 13 de novembro de 2011

Occupy in Germany

Ralph Roman Konrad Gniss*
Fonte: blog Espaço Acadêmico

      No início cogitou-se em umas centenas de participantes, nada mais – e depois eles se juntaram: 6000 em Frankfurt, 10.000 em Berlin, 100.000 em Roma, em 1000 cidades de 82 países. Sem organização anterior, sem precedentes, espontâneos, imprevisíveis, propulsionados pela mesma ira como em Nova York: “Nós somos 99%!” Deste jeito, não mais.
      Pela primeira vez: advogados, universitários, donas-de-casa, médicos, quarentões em jaqueta de couro, aposentados, idosas de touca e luva contra o frio, juntos com cabeludos, barbudos, com punks e ravers – uma classe média bem formada, no mesmo protesto, na mesma preocupação: o atual sistema sócio-econômico não é justo, sentimo-nos suas vítimas, nem sequer seus participantes. Medo do empobrecimento no pilar central da sociedade alemã, na classe média. “Não queremos a tragédia grega aqui.” Com razão.
      E o protesto atinge o ponto nevrálgico: quem é que finalmente detém o poder e manda neste caos atual – os políticos, eleitos para tal cargo e responsabilidade, ou os bancos, arriscando e devorando os investimentos do pequeno poupador em aplicações sem futuro, mas com lucro a curto prazo para eles? Até quando nossos impostos financiarão gastanças com empréstimos sem controle?
     Um aspecto em comum ficou claro no mundo inteiro: a carta amarela para os bancos. O protesto da sociedade civil contra uma predominância anônima, que inverte as finalidades do sistema econômico em capitalismo selvagem e perverte um convívio social numa sociedade capitalista. “Não estamos mais de acordo.” E: “Cuidado, estamos de olho. Vocês não sairão ilesos.”



      Em 10 dias mais que 50 matérias em jornais e semanários da Alemanha – nunca vi igual. Não sobre futebol, nem sobre o tema permanente, a crise do Euro, o endividamento dos países europeus muito acima dos 60% do PIB nacional segundo o contrato de Maastricht. Uma manifestação de base contra uma perversão: “Esta insanidade financeira deixa nossa sociedade vulnerável. Por isso vamos às ruas. Saibam que nossa ira é justa!” Ninguém esperava, agora, um grassroot-movement deste alcance, e ainda, na Alemanha.
      O occupy-movement na Alemanha tem traços próprios, como se reflete na diversidade de comentários e publicações – nem sempre favoráveis. Seus manifestantes não são desempregados, nem da extrema esquerda. É a coluna de todo um sistema social que adverte contra a degradação da sociedade pelo capitalismo selvagem e suas conseqüências. Pode ser que a economia capitalista seja um meio aceitável – mas ele tem que ser um mero meio. Nada mais. Portanto: o Não a uma sociedade capitalista que ignora os valores humanos e devora seus filhos.
      Algo tem que mudar – não temos resposta, mas estamos aqui para procurá-la, juntos. Ela existe, formulada pelos heterodoxos do sistema. E sem recaídas no ranço das contra-ideologias. As duas do séc. XX estão falidas. Não adianta sonhar em cor-de-rosa com os erros do socialismo passado.
      E: que nenhum partido pense em nos cooptar, alinhar. Cada um pode participar, é bem-vindo – mas sem bandeira ou camiseta estampada. Por isso, eu prefiro manter aqui o título que eles ganharam nos jornais dali: grassroots-movement. Já houve tantos movimentos de base por aqui; o nome já virou inflacionário. E quase todos de uma espontaneidade duvidosa: fracionários, cooptados por partidos, até organizados de cima – as CEBs, por exemplo, mas não só. Com suas raízes literalmente no ar, com aquele mau cheiro de desgastado.
      O futuro? Ninguém sabe. Dependerá da espontaneidade dos demais, da sua simpatia e participação, da sua ira a ser compartilhada, da intensidade e da persistência do protesto. Dependerá da transformação deste protesto num projeto de uma nova sociedade, sem domínio dos mercados financeiros, democrático, with grassroots, no more without.
      Este início é uma promessa a se cumprir, comunicada de maneira mais anti-autoritária possível, por Internet, Twitter, Facebook: incontrolável, imprevisível – irascível, mas com um atrativo desconhecido: o charme da ira justa dos mais experientes na vida.
      Assim, o german occupy-movement consegue transmitir aquela sensação gostosa de uma brisa matinal num dia ensolarado da primavera.
      Tomara que se mantenha este frescor…





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* RALPH ROMAN KONRAD GNISS é Prof. aposentado da FaFil/UFG.




sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Muitas Vezes Parece Que a Humanidade Retrograda...

‘Grupos xenófobos devem crescer ainda mais’, diz pesquisador britânico
Gabriel Bonis, Carta Capital

      Os movimentos e partidos populistas, ou ultradireitistas, ganharam força na Europa Ocidental na última década por meio de discursos personificados contra, entre outros temas, a imigração e o multiculturalismo. Hoje, esses grupos avançam e conquistam adeptos divulgando sua ideologia nas redes sociais. É essa ligação quase desconhecida que o estudo The New Face of Digital Populism (O Novo Rosto do Populismo Digital, em tradução livre), realizado pela organização independente britânica Demos, analisa.
      O levantamento pediu a simpatizantes de grupos populistas, que geralmente se organizam à margem da sociedade e visam representar lemas conservadores das classes menos favorecidas, de 11 países europeus para preencherem um questionário.
      As mais de 10 mil respostas indicaram, segundo o instituto, o descontentamento desta parcela da população com governos, sistemas de Justiça e as elites política e financeira do continente. Aspectos semelhantes à onda de manifestações internacionais contra o neoliberalismo, liderada por jovens lembrados como “os indignados”.
      “Os movimentos ‘Occupy’ [Ocupar Wall Street, por exemplo] têm semelhanças com esses grupos no sentido em que ambos são populistas, desafeiçoados das elites e advogam contra os sistemas político e financeiro”, diz Jonathan Birdwell, pesquisador sênior do Demos e um dos autores do estudo, em entrevista a CartaCapital.
      No entanto, as similaridades entre os grupos resumem-se apenas aos aspectos econômicos citados acima, aponta Birdwell. Segundo ele, os 14 grupos analisados, entre eles o Bloc Identitaire (França), CasaPound (Itália) e English Defence League (Reino Unido), vão além da insatisfação com o sistema capitalista moderno e acrescentam ao seu discurso ideias xenófobas, típicas da direita conservadora. Algo que pôde ser captado na pesquisa, pois os entrevistados mostraram-se contra imigração, o Islã e o multiculturalismo, por avaliarem que sua identidade nacional estaria ameaçada. “Mesmo assim é significante o fato de assistirmos ao surgimento de movimentos populistas em ambos os lados.”
      De acordo com a pesquisa, os grupos populistas mapeados são compostos majoritariamente por homens (75%) e jovens (63% têm menos de 30 anos), que utilizam mídias sociais online de forma massiva, somando mais de 430 mil seguidores no Facebook. Uma ferramenta de publicidade ideológica que auxilia esses movimentos a levarem 26% de seus “participantes virtuais” às ruas em protestos e demonstrações. “É muito fácil clicar no botão ‘Curtir’ na página da English Defense League, mas esse resultado é bem mais elevado que a média de cidadãos europeus de 10%”, diz. “Essas pessoas estão usando a internet e ferramentas online como uma ponte para estimular de fato outros a se envolverem no ativismo do mundo real.”
      Na migração do universo digital para a realidade, a maioria dos entrevistados se disse contrária ao uso da violência a fim de alcançar seus objetivos. Por outro lado, 26% concordaram com atitudes “mais firmes” para atingir as metas almejadas. “Os apoiadores destes grupos tendem a ser muito impacientes, impulsivos, energéticos e querem partir para a ação, mas não creio que vão se voltar exclusivamente para o uso da violência.”
      O pesquisador reconhece, porém, o potencial negativo da retórica dos movimentos populistas, aos quais atribui a capacidade de criar “lobos solitários” como Anders Breivik, responsável por um duplo atentado na Noruega, em protesto à invasão islâmica na Europa, que deixou 77 mortos. “Alguns grupos combinam um sentido de urgência ao colocar em jogo a cultura nacional e a identidade dos indivíduos. Usam dados demográficos para dizer que em 50 anos, os imigrantes muçulmanos no continente serão maioria e os europeus étnicos minoria em seu próprio país.”
      No cenário atual de avanço do populismo, Birdwell afirma ainda não ser possível prever o impacto desta ideologia nas novas gerações de cidadãos europeus, mas mostra-se preocupado com o perfil jovem dos integrantes destes grupos. A pesquisa, no entanto, já reflete um aspecto contraditório na população mais jovem, na faixa de 16 a 20 anos. Cerca de 20% deles citaram a imigração como motivo para apoiar movimentos direitistas, contra apenas 10% dos indivíduos acima de 50 anos.
      Apesar de os jovens serem vistos como mais liberais que as gerações anteriores, o pesquisador destaca a preocupação do setor com os rumos da economia da Europa e da Zona do Euro. “Caso a situação siga por um caminho ruim, devemos nos preocupar, pois o apoio a movimentos anti-imigração e xenófobos vai continuar a aumentar, como é historicamente comum nestes períodos.”
      Desiludidos sobre o futuro de seus países e críticos à União Europeia, apontada como a responsável pela perda de controle nas fronteiras, 70% deles não confiam mais no sistema de Justiça. Contudo, mesmo sem crer também na política, consideram o voto importante. Por outro lado, 67% votaram na última eleição em partidos populistas, que alcançaram relativo espaço na Europa. “É importante medir o impacto destes grupos na política não pelo tamanho que ocupam e sim pela capacidade de influenciar a elite política com seus discursos”, diz.
      Segundo Birdwell, Nicolas Sarkozy, Ângela Merkel e David Cameron já adotaram o antimulticulturalismo, uma ação que reflete a retórica populista. “Conforme os políticos de destaque começam a adotar essas retóricas, vê-se o impacto que esses grupos podem ter.”

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Governos aproveitam mal royalties do petróleo

Estados e municípios produtores não conseguem transformar dinheiro em benefícios para a população. E, para piorar, corrupção aumenta
Cecília Ritto, do Rio de Janeiro, Veja

      A discussão sobre o destino dos royalties e participações especiais oriundos da exploração do petróleo limita-se, por enquanto, a uma batalha pelos recursos. Apesar de essa gorda contribuição aos orçamentos dos estados e municípios não ser uma novidade no Brasil, as formas de utilizar o dinheiro permanecem a critério de governantes, e, portanto, sujeitas a interferências de ideologia, proposta de governo e uso eleitoreiro.
      O caso de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, é emblemático nesse sentido. E o exemplo não é dos melhores. Como produtor de petróleo, Campos recebeu 10 bilhões de reais nos últimos dez anos. Os recursos são, em tese, uma compensação pelos impactos causados pela exploração do petróleo, uma indústria com grandes implicações ambientais. Tanto dinheiro, no entanto, não serviu para resolver questões básicas da cidade, e o município até hoje tem abastecimento de água precário e não tem cobertura ou tratamento completos de esgoto. Na habitação, o cronograma de obras está atrasado e algumas construções estão paralisadas. Na área da saúde, o número de profissionais é insuficiente. A pesquisa "Pobres Cidades Ricas", coordenada pelo professor Cláudio Paiva, do departamento de economia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), mostra que dobrou a verba para a saúde, sem que com isso aumentasse o acesso da população ao serviço.
      O levantamento tem como base dados de 2009, mas, de lá para cá, pouco mudou. Nesses dois anos, Paiva foi muitas vezes a Campos e detectou a permanência de problemas anteriores à bonança do petróleo. A bonança, na verdade, foi para os políticos. A conclusão de Paiva é de que houve aumento dos casos de malversação dos recursos públicos, fiscalização propositalmente falha e corrupção. E isso não é um problema apenas de Campos. O levantamento de Paiva cita informações do pesquisador Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mostra o aumento nos gastos dos 141 municípios chamados de “dependentes do petróleo”. As cidades gastaram quase 44% a mais em educação e 45% em saneamento - os municípios são obrigados a investir 15% dos recursos em saúde e 25% em educação. O estudo de Paiva, no entanto, mostra que o aumento do repasse de verbas para essas áreas não significou melhorias no serviço prestado.
      As cidades dependentes do petróleo aumentaram em 160% os gastos com a prefeitura e com a câmara municipal. As despesas com a máquina pública cresceram cerca de três vezes mais do que o dinheiro destinado à saúde e à educação, segundo a pesquisa. Esses mesmos municípios têm uma arrecadação tributária 30% menor do que aqueles que não recebem royalties do petróleo. Esse é o caso de Quissamã, no Rio de Janeiro, que arrecada 8 milhões de reais e recebe 250 milhões de receita do petróleo. “É muito dinheiro e vai crescer os olhos da corrupção”, diz o professor da Unesp, fazendo um alerta para a quantidade de dinheiro que será injetada nos municípios com o pré-sal.
      A estimativa de receita para 2020 é da ordem de 59 bilhões de reais (segundo o Plano de Negócios da Petrobrás) ou 79 bilhões de reais (pelo projeto de Lei do senador Vital do Rêgo). É muito dinheiro para pouca discussão sobre como investi-lo. “Cria-se a falsa justiça federativa. As pessoas acham que a justiça estaria sendo feita ao distribuir de forma igualitária os recursos. Na verdade, não daremos salto de desenvolvimento econômico dando um quinhão para cada um”, afirma Paiva. A solução para ele seria a criação de um fundo nacional que concentrasse a maior parte dos recursos e promovesse um salto qualitativo no desenvolvimento, para tornar possível a redução das desigualdades nacionais.
      Pulverização – A redução da distância entre os diferentes entes federativos se daria, na visão de Paiva, pelo investimento em educação, infraestrutura, ciência e tecnologia. É esse o grande desafio da abundância prometida ao Brasil nos próximos anos. A regra número um para que o dinheiro do petróleo não termine no ralo é evitar a pulverização dos recursos. O projeto do senador Vital do Rêgo, aprovado no Senado Federal, vai justamente na contramão desse pensamento.
      O projeto de lei proposto por Rêgo é abrangente quando se trata da finalidade do dinheiro do petróleo. Se sancionado pela presidente Dilma Rousseff, o substitutivo define que, no mínimo, 40% da verba sejam investidos em educação, até 30% vão para projetos de infraestrutura social e econômica, e 30% para saúde, segurança, programas de erradicação da miséria e pobreza, cultura, esporte, pesquisa, ciência e tecnologia, defesa civil e para o meio ambiente.
      Todo mundo recebe. Mas todos ficam com pouco. Ou seja, contempla-se todas as pastas, mas a população, sem uma diretriz e prioridades claras, ficou em último lugar.
      Fundo – Os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) são autores de um projeto que define a destinação do dinheiro em bases semelhantes à proposta pelo professor Paiva. Toda a verba arrecadada iria para um fundo que começaria a ter os seus rendimentos resgatados a partir de 2020. A partir daí, o dinheiro seria investido em educação e em financiamento de pesquisas.
      Os juros e a correção monetária seriam divididos pelo número de crianças em cada estado. A ideia é dar um destino mais seguro ao dinheiro e tentar fazer com que ele dure por mais tempo. Pelo projeto de Rêgo, é improvável que os recursos sejam capazes de reverter algum dos vários problemas brasileiros. “O projeto do senador Vital do Rêgo não desagradou ninguém, mas também não construirá nada para o futuro do Brasil”, afirma Buarque.
      Marcelo Crivella (PRB-RJ), um dos senadores empenhados em derrubar a proposta de Vital do Rêgo e em manter a maior parte dos recursos com os estados produtores, considera o conceito defendido por Buarque o mais adequado. “A liberdade para estados e municípios investirem a verba ficou ampla porque os senadores sofreram pressão dos prefeitos, que querem poder usar o dinheiro como bem entenderem. Investir pouquinho em muita coisa não muda a vida das pessoas”, critica.
      O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) também alerta para o risco de os investimentos ficarem dispersos e não apresentarem resultados. “Quem prioriza tudo acaba não priorizando nada. O projeto de Buarque e Nunes reconhece que o recurso é finito e olha preocupado para as futuras gerações”, defende Ferraço.
      Pelo substitutivo de Rêgo, levarão os recursos aqueles que tiverem mais força política e fizerem mais pressão para abocanhar uma fatia do dinheiro do petróleo. O resultado é um gasto rápido e pouco efetivo em termos de melhorias para a população. “Da maneira que ficou, pode ser aplicado em tudo, até em ONGs do Ministério do Esporte”, diz Cristovam Buarque, aproximando a fartura de dinheiro aos casos de corrupção que culminaram com a queda do ministro Orlando Silva. O pedetista explica a disputa pelos royalties e participação especial da seguinte forma: uma briga entre os estados e municípios e não uma discussão entre presente e futuro.

Estão Brigando Pelo Quê Mesmo??????


Fonte: Walter Jr. Charges.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Como Ver a Lua Contra as Luzes da Cidade???


Lua Adversa

Tenho fases, como a lua,
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...).
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...


Cecília Meireles, in 'Vaga Música'

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mais Uma Demonstração do "Respeito" dos Nossos Administradores Públicos Pela Educação!

Colégio estadual acaba com turmas faltando apenas um mês para fim do ano letivo


Por Christiano Abreu Barbosa, Folha da Manhã, em 05-11-2011 - 12h22

      Professores e pais de alunos estão em polvorosa no Colégio Estadual Julião Nogueira. Faltando somente um mês para o fim do ano letivo, três turmas (902, 801 EJA e 2002) foram extintas, com a alegação de que tinham poucos alunos, com apenas 10 estudantes, em média, por turma.
      Com o fechamento das turmas, os alunos estão sendo obrigados a mudar de turno e até de escola. Alunos que trabalham e estudam e se programaram para fazer ambos em turnos diferentes ficarão impossibilitados de concluir os seus estudos. Os professores também estão tendo que modificar totalmente os seus horários, tendo de procurar outra escola.
      A decisão teria sido tomada pela Regional Norte-Fluminense. É certo que é não é econômico e nem produtivo turmas com baixo número de alunos. Agora, porque tomar tal decisão faltando apenas um mês para acabar o ano letivo? É de uma absoluta falta de respeito com alunos e professores.
      É por estas e outras no ensino público que o estado do Rio tem índices tão ruins na educação.

Comentário do Blog: ficamos sabendo, via blog do Christiano Abreu Barbosa, que houve uma reavalização da situação da escola pela Secretaria de Educação, resolvendo esta manter as turmas em funcionamento até o final do ano letivo. Menos mal, mas fica a pergunta no ar: se não tivesse virado notícia???

Frei Betto: Beba, mate e fique livre

      Nas últimas semanas, a mídia registrou vários casos de acidentes de trânsito com mortes provocadas por motoristas embriagados. Foram presos e, graças à fiança, em seguida soltos. Alguns nem possuíam habilitação para dirigir.
      O Brasil é o país da impunidade. As leis são feitas apenas para os pobres — que não têm dinheiro para pagar advogados e fianças. Da classe média para cima, nenhum assassino do volante se encontra preso. São 57 mortes por dia associadas ao alcoolismo.
      Há intensa campanha contra o tabagismo e, no entanto, alcoolismo mata mais. É o terceiro fator de morte no mundo, precedido pelo câncer e doenças cardíacas. Por que não se proíbe publicidade de bebidas?
      Os dados são alarmantes: 68,7% dos brasileiros ingerem álcool. Nos hospitais psiquiátricos, 90% das internações são de dependentes de álcool. Os motoristas bêbados são responsáveis por 65% dos acidentes de trânsito. E o Ministério da Saúde gasta, por ano, via SUS, mais de R$ 1 bilhão em tratamentos e internações causados pelo álcool.
      Por que não se aplicam as leis de proibição do tabagismo ao álcool? Porque falta coragem de fechar a torneira do mar de dinheiro que as empresas de bebidas alcoólicas despejam na publicidade. E o mais grave: associa-se álcool a celebridades, como jogadores de futebol e cantores, que fascinam os mais jovens e atraem legião de fãs.
      Nunca tive notícia de acidentes de trânsito causados por vício de fumar, agressão doméstica por aspirar fumaça de tabaco, internação psiquiátrica por dependência de cigarro. Todos nós, porém, conhecemos casos relacionados ao alcoolismo. E haja publicidade de cerveja no horário nobre! Para os jovens, a cerveja é a porta de entrada no consumo de bebidas etílicas.



Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser, de “Conversa sobre a fé e a ciência”

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Prefeitura de Macaé demitirá todos os contratados

Por Suzy Monteiro, em 03-11-2011 - 0h03

      Todos os funcionários contratados que atuam na prefeitura de Macaé serão demitidos até o próximo dia 31 de dezembro. A medida segue acordo firmado entre governo municipal e Ministério Público.
     Os contratados serão substituídos por aprovados no novo concurso público que será realizado ainda este ano. A previsão é que a posse dos novos cargos para o quadro fixo da Prefeitura aconteça já em janeiro de 2012.
      A previsão é que sejam cortados cerca de quatro mil pessoas que atuam dentro da administração, em secretarias, autarquias, coordenadorias e instituições públicas através de contratos de trabalho. Já o número de assessorias disponibilizadas dentro do organograma do município chega próximo a casa dos 10 mil.

(Fonte: O Debate)

      COMENTÁRIO DO BLOG: quando chegará a vez da lei valer também para Campos dos Goytacazes?



terça-feira, 1 de novembro de 2011

1º de novembro de 1922: O triste fim de Lima Barreto

01/11/2011 - 10:30
Enviado por: Lucyanne Mano (Jornal do Brasil)
 
      Lima Barreto, 41 anos, morreu vítima de um ataque cardíaco fulminante. Embora tenha deixado um legado literário em contos, crônicas e ensaios, além de crítica literária e memórias, morreu sem ter o reconhecimento de sua obra.
      Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio no dia 13 de maio de 1881. Mulato, de família pobre de escravos, teve uma infância difícil, agravada pela perda precoce de sua mãe. Os obstáculos, contudo, não foram suficientes para impedir que ele tivesse acesso aos estudos, alcançando com êxito a aprovação na Escola Politécnica para estudar Engenharia. O curso, contudo foi interrompido, logo após seu pai adoecer por sucessivas crises de loucura.
      Em 1904, começou a escrever a primeira versão de Clara dos Anjos. Rejeitado pela maioria dos escritores de seu tempo, Lima Barreto enfrentou muitos problemas para publicar seus livros. O primeiro foi Recordações do Escrivão Isaías Caminha, de 1909, história de um anti-herói negro, em tom autobiográfico.
      Presa fácil do álcool e da vida boêmia, o escritor se internou no Hospício Nacional, em 1914, para onde voltaria cinco anos depois. Em 1915, no entanto, editou sua obra-prima: O Triste Fim de Policarpo Quaresma, que narra o destino trágico de um homem tomado pelo patriotismo ingênuo.
      Em 1918, manifestou seu apoio à Revolução Russa e, em 1919, foi recusado na Academia Brasileira de Letras. Morreu no Rio.

Drummond

      Confira no link abaixo a última crônica de Drummond no Jornal do Brasil.


http://jblog.com.br/hojenahistoria.php?imagepopup=57/20111028-ciao2.JPG&width=1460&height=881&imagetext=Clique+aqui+para+ler+na+%EDntegra%21