segunda-feira, 16 de abril de 2012

Concurso: Cepuerj volta atrás e diz que maio é só "previsão"

Folha da Manhã

      Depois de informar que a nova prova do concurso público da Prefeitura de Campos, cancelado no último domingo, já teria como prazo a primeira quinzena de maio, o Centro de Produção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Cepuerj), voltou atrás e informou que o período, inicialmente definido, é apenas uma "previsão", sem dar certeza de datas.
      A informação inicial foi passada nesta tarde pelo coordenador do Cepuerj, Valtemir Santoro. Segundo ele, todos os candidatos receberam e-mails informando dos procedimentos que estão sendo tomadas para que o concurso possa ser processado sem problemas. “Infelizmente tivemos problemas e estamos fazendo o possível para minimizar a questão para os candidatos", disse Valtermir.
      Uma nova etapa está sendo organizada. Até porque, tem a questão dos prazos, por ser ano eleitoral”, disse o coordenador, informando que no site do órgão, cujo endereço é: cepuerj.uerj.br, foi divulgada nota para orientar os candidatos.
      Mais cedo, a secretária de Planejamento de Campos, Ana Lúcia Boynard informou que não há tempo suficiente para realizar a troca de instituição e falou ainda que queria um novo cronograma até a tarde de quarta-feira. Ana Lúcia pediu desculpas aos inscritos, o mesmo foi feito pela Cepuerj na sua nota oficial.
      Secretária pediu novo calendário a Cepuerj com provas em dois dias
 
      Embora tenha deixado claro que a Prefeitura de Campos não vai interferir nos procedimentos relacionados ao concurso público anulado no último domingo, a secretária de Planejamento, Ana Lúcia Boynard, afirmou, na tarde desta segunda-feira, durante entrevista ao programa Folha no Ar, do Grupo Folha, querer que as provas sejam aplicadas não em um, mas em dois dias. “Queremos no sábado à tarde e em dois turnos no domingo”, ressaltou ela, que aguarda até amanhã que o Cepuerj envie todo o calendário para a nova etapa do concurso que tem 53 mil candidatos. “Até quarta-feira, queremos o cronograma com todos os procedimentos relativos ao concurso”.
      A secretária informou também que a opção pelo Cepuerj se deveu basicamente pelo histórico da instituição, que nunca tinha registrado episódio semelhante ao que aconteceu em Campos no último domingo. Em princípio, não há possibilidade de mudança de empresa para a realização do concurso, devido ao prazo, por ser ano eleitoral. Isso porque a Prefeitura de Campos tem até o dia 5 de julho para homologar o processo. “Não há tempo hábil para contratação de outra empresa”, disse ela.
      Durante a entrevista, a secretária se disse preocupada em dar uma resposta às pessoas que participaram do concurso e que por isso, vai cobrar celeridade do Cepuerj, inclusive sobre o calendário e os procedimentos a serem tomados. Segundo ela, cabe à instituição responsável pelo concurso chegar aos responsáveis pelo não envio de 20 provas que faltaram e que também gerou confusão. “A obrigação deles é encontrar os responsáveis”.
      Ao ser questionada sobre a possibilidade de todos os candidatos fazerem a prova em Campos, Ana Lúcia foi enfática: “Não vamos agravar mais nada. Não tenho que especular resposta do Cepuerj. Acho apenas que a prova poderia ser aplicada em dois dias, num sábado à tarde e em dois turnos num domingo”, ponderou, sem deixar claro se isso seria suficiente para que a prova fosse aplicada em Campos, para evitar que candidatos tivessem que se deslocar a outros municípios, um dos motivos que levou uma candidata a entrar na justiça pedindo a anulação do concurso, o que rendeu liminar que logo foi derrubada.
      O concurso público realizado no domingo pelo Cepuerj, contratado pela Prefeitura de Campos, foi cercado de confusão e incertezas. Na parte da manhã, confusão na Universo e Faculdade de Direito, onde os candidatos reclamaram de atraso, falta de provas, suposto vazamento de informações, inscritos sem cartão de confirmação, remanejamento de salas e suposta violação de provas. À tarde, na Faculdade de Filosofia, também foi registrado tumulto e revolta de candidatos insatisfeitos com o andamento do processo, que acabou sendo anulado. Segundo Ana Lúcia, a decisão pela anulação da prova se deu quando a prefeita Rosinha Garotinho recebeu uma ligação, via celular, de uma candidata. “Ela foi tomada no momento em que a prefeita recebeu uma ligação de candidata de dentro da sala”, informou a secretária.
      Em princípio, o concurso tem previsão de acontecer na primeira quinzena de maio, mas o calendário ainda será divulgado pelo Cepuerj, o que deve acontecer até esta quarta-feira, se depender da secretária de Planejamento.

      Investigação de suspeita de fraude no concurso de Campos começou há 20 dias

      Em nota oficial o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, divulgada no início da noite desta segunda-feira, afirmou que candidatos foram flagrados ao tentar fraudar concurso da Prefeitura de Campos dos Goytacazes. O delegado da 134ª, Carlos Vinícius, afirmou nesta tarde que não poderia falar sobre a priosão e possível soltura dos supeitos da fraude e que a competência seria do Ministério Público Estadual.
      A nota:
      O MPE, por intermédio dos policiais que integram o Grupo de Apoio aos Promotores (GAP), cumpriu sete mandados judiciais de busca pessoal e apreensão junto a candidatos que realizaram, no último domingo (15/04), prova de concurso público para o cargo de agente de operação e fiscalização de transporte coletivo da Prefeitura de Campos dos Goytacazes. A investigação começou há cerca de 20 dias, após denúncia de cidadão que não se identificou à Ouvidoria do MPRJ (e não da Prefeitura de Campos), que informava que alguns candidatos fariam a prova munidos de aparelhos eletrônicos de comunicação.
      A ação do GAP decorreu de pedido de expedição de mandados formulado pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal, subscrito pelos Promotores Alessandra Honorato Neves Batista e Victor Santos Queiroz, ao Juízo no sábado anterior (14/04), após a apuração preliminar da denúncia. Os mandados foram cumpridos na Universidade Estácio de Sá, no Colégio Thieres Cardoso, no Centro Educacional Feliciano Azevedo e no Colégio Estadual Silvio Bastos Tavares, onde os candidatos suspeitos faziam suas provas. “A atuação dos agentes do GAP foi discreta e eficiente para não prejudicar o normal andamento do concurso e se destinou a debelar esse foco isolado de fraude eletrônica, de acordo com as notícias que chegaram ao Ministério Público ”, informou o Promotor de Justiça. Com os suspeitos, foram apreendidos aparelhos de telefonia celular, por meio dos quais outro candidato repassaria as respostas.
      Os sete candidatos com os quais foram encontrados os aparelhos eletrônicos foram conduzidos à 134ª Delegacia de Polícia para a lavratura da prisão em flagrante pela prática do crime de fraude em certame de interesse público, sem prejuízo do prosseguimento das investigações com relação às práticas dos crimes de formação de quadrilha e de falsidade ideológica. O MPRJ informa que, no momento do flagrante, o concurso era plenamente válido, portanto, a eventual anulação do certame não se deveu à atuação da Promotoria de Investigação Penal, que naquele momento visava apenas aos suspeitos.
      Fonte: Assessoria de Comunicação MP

      Para advogados situação do concurso de Campos não deve ficar impune
      Mario Sérgio

      Para entendedores da justiça, a desorganização e a falta de informação para com os candidatos do concurso da Prefeitura Municipal foi uma situação grave e a sociedade merece explicações. De acordo com advogados da região, a situação não deve ficar impune e o mais cabível agora seria a realização de outra prova para resguardar o direito dos que fizeram o exame.
      O advogado Túlio Fiori, que entrou com ação pedindo a suspensão do concurso na sexta-feira passada, disse que tudo indica que o erro foi da Cepuerj. “A falta de prova para alguns candidatos foi um dos principais indícios de que foi falha da organizadora”, afirmou. Ele contou ainda que mesmo com o acordo assinado com a prefeitura para que a prova não tivesse sido anulada, sua cliente foi prejudicada. “Na sexta, foi assinado um acordo para que minha cliente não fizesse a prova na capital fluminense. Porém, ela ficou das 15h às 16h20min sem prova. Nem o acordo foi cumprido”, disse.
      De acordo com o advogado Andral Tavares Filho, a situação não pode ser esquecida. “Toda sociedade dever saber onde houve o erro. A situação é muito grave e exige explicações da prefeitura. O que não pode é deixar a população sem a definição da irregularidade”, opinou. Já para o ex-procurador da Câmara de Vereadores de Campos Robson Tadeu Maciel, o concurso não iria acontecer desde que houve o impasse da liminar. “O que se estabeleceu nesse certame foi uma insegurança, principalmente jurídica. Desde quando fiquei sabendo da suspensão e, logo em seguida, da volta na decisão, sabia que o concurso iria ser suspenso. Porém, acho que uma nova prova deve ser realizada o mais breve possível”, relatou. Robson disse ainda que espera que num próximo concurso, incertezas como esta não ocorra. “Torço para que no futuro seja tudo esclarecido antes, entre a prefeitura e a empresa contrata para realizar o processo e, também, em edital”, concluiu.









Um comentário:

  1. Gostaria de saber o que pode-se fazer, como candidato, para que haja um certo ressarcimento, visto que deixei de fazer a prova para o concurso de rio das ostras. Além disso, faria questão para que, na nova data de realização, apenas os candidatos presentes na prova anulada possam participar da próxima, visto que seria injusto que os não presentes tenham ainda essa oportunidade sendo que não estariam concorrendo caso a prova não fosse anulada.

    Caso possam me auxiliar eu ficaria agradecido.

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