domingo, 7 de janeiro de 2018

Pequena reflexão sobre os elementos de fascismo na linguagem midiática brasileira, por Carlos Coimbra

Carlos Coimbra
Fonte: GGN
Uma vez Bertold Brecht disse que “a cadela do fascismo está sempre no cio” e que “não há nada mais parecido a um fascista que um burguês assustado”.
Posso estar completamente errado, mas às vezes parece que a nossa mídia leva muito a sério a sua missão de manter o telespectador assustado. De “ateus sem coração” a “comunistas infanticidas”, da “arte degenerada” a “bandido bom é bandido morto”, os exemplos diários estão nas bocas e nas letras de colunistas, comentaristas ou convidados “especiais”.
Muitas vezes o fascismo parece distante, coisa do século passado. E muitos acham que deve ser item histórico a ser esquecido e enterrado.

Nada disso, ele deveria ser item presente e diariamente relembrado. Para que não se repita.
No Brasil temos essas dicotomias do povo simpático que é raivoso, de pequenos pensadores que apreciam o aroma do cio fascista como fina iguaria, dos pequenos burgueses que defendem o esmagamento dos direitos (sejam humanos, civis, trabalhistas) para se sentirem menos pequenos.
A banalização da força policial é vista diariamente, para defender um projeto golpista. O cheiro de cio é forte e tudo aparenta calma. Uma calma pregada pela TV nesta semana, que repete o mantra perigoso de que “tudo está bem” e que “o crescimento foi retomado”.
O cheiro do cio está realmente forte. Mas a glândula pituitária, quando se satura, não sente mais cheiro nenhum, apesar de ele estar lá

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